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Carolina Araújo (UFRJ)

Esta é a apresentação de um trabalho em curso, desenvolvido junto ao projeto de extensão "Quantas Filósofas?". Desde que levantei os dados sobre mulheres na carreira acadêmica de filosofia no Brasil, ocupa-me identificar as diversas razões que explicariam o êxodo acadêmico feminino. Nesse último ano, o propósito tem sido o de ouvir as colegas e as instituições, mapeando minimamente quais são os fatores e contrastando-os entre si a fim de determinar a sua importância e influência em termos quantitativos gerais. Minha proposta é portanto de apresentar os dados e os motivos identificados, buscando suscitar um debate junto à plateia sobre o desenho das causas nesse cenário de exclusão. Ao fim, proponho um tipo de convergência em rede dos esforços para a produção de dados sobre a questão.

Carla Rodrigues (UFRJ)
Filosofia, qual gênero?

Recupero, nesta apresentação, alguns aspectos do conceito de gênero para interseccionalizar a história da filosofia -  ocidental, européia, branca, masculina - e, com isso, discutir a exclusão das mulheres do campo do pensamento. Nesse percurso, trago contribuições do filósofo franco-argelino Jacques Derrida como um dos autores que contribuiu para interseccionalizar a história da filosofia, assim como a filósofa feminista Lélia Gonzalez e sua proposição de amefricanidade. 

Magda Guadalupe dos Santos - PUCMINAS

 

Se Nicole Loraux analisa (em Façons tragiques de tuer une femme, 1985) as formas pelas quais o imaginário trágico da Antiguidade grega retrata a morte de heroínas, seria viável pensar acerca de possibilidades de atualização do cenário trágico na Democracia atual? Na obra de Loraux têm-se mortes indignas ou mortes assumidas como sem valor, mortes que se conformam a um código apto a descrever uma antropologia em que se distingue com clareza entre a esfera do feminino e a do masculino e, sobretudo, morte em sua singularidade no feminino privada da virtude heroica que define a coragem viril. No cenário atual, especialmente, no Brasil, entre as maneiras trágicas de se matar uma mulher na Universidade encontra-se, justamente, a forma lógico-conceitual utilizada pela filosofia, especialmente na Academia, em que se rechaçam de várias maneiras e com refinamento metodológico a pesquisa de mulheres sobre mulheres, a pesquisa feminista como de menor valor formal e na materialidade temático-textual. Problematizar tais questões torna-se um tema inspirador para os desafios das epistemologias feministas da atualidade.

Carla Damião - UFG

Pretendo me ater a algumas questões que dizem respeito a aspectos práticos e teóricos de perspectivas já experimentadas, e/ou em curso, por mulheres na Filosofia, na seguinte ordem: 1. Observações que visam identificar alguns problemas na atuação profissional das mulheres na filosofia; 2. O modelo crítico e algumas categorias. No primeiro momento, busco entender a necessidade e especificidade da criação e atuação da SWIP –Society for Women in Philosophy, uma sociedade de origem britânica existente desde 1972. Quais são os debates, qual é sua regularidade e o tipo de filosofia que esta sociedade pratica, e, sobretudo, a necessidade de sua existência. No segundo momento, gostaria de especular sobre as categorias críticas que visam negar o papel atribuído à mulher ou ao feminino, baseado no pressuposto da sensibilidade e da proximidade com a natureza. As referências teóricas desta parte restringem-se a Walter Benjamin e a Sarah Kofmann, e remetem aos temas da erotização, unidade orgânica, fragmentação, luta dos sexos, abjeção, aberração e transgênero filosófico-literário.

Ana Hermeto - UFMG

MaríliaMoschkovich (UNICAMP)   

Recentemente, um estudo feito com dezenas de países apontou que as pesquisadoras brasileiras estão entre aquelas com a menor desvantagem de publicações quando comparadas com seus pares homens. Isso significa que a carreira acadêmica brasileira é mais igualitária? A partir de alguns dados concretos, observaremos o caso brasileiro em diferentes disciplinas, relacionando-os com a maneira como a carreira brasileira se estrutura em comparação às condições de trabalho de pesquisadores em outros países. O objetivo é oferecer elementos para pensar também mais especificamente o caso da disciplina de Filosofia no Brasil, que historicamente tem sido bastante fechadas às mulheres e, talvez como consequência disso, está entre as últimas disciplinas das humanidades a incluir o debate de gênero e a perspectiva política do feminismo em seus espaços institucionais.

Sinopses

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